Metodologias Ágeis: Outsourcing

No meu artigo anterior sobe SCRUM, comentei sobre um assunto polêmico: o uso de ferramentas para gerenciar projetos ágeis. Agora… mais pano para a manga: outsourcing e metodologias ágeis, vamos lá: Se você for ler o Manifesto Ágil e seus princípios, você acabará esbarrando na seguinte afirmação:

The most efficient and effective method of
conveying information to and within a development
team is face-to-face conversation.

Hmmm… quer dizer então que processos e metodologias ágeis só fazem sentido quando a equipe de desenvolvimento e os donos do produto estão localizadas em um mesmo andar ou prédio? O termo chave aqui é o “face-to-face”. (muitos se referem este tipos de time como “tight matrix” ou “collocated”).

Quando estamos fisicamente presentes em um mesmo ambiente, temos a possibilidade de nos comunicar não verbalmente. Quando o componente não verbal está ausente, perdemos grande parte do conteúdo da mensagem¹. Portanto, realmente, o valor do “face to face” é indiscutível. Além disso, manter o trabalho em equipe quando o time precisa se comunicar virtualmente é bem mais trabalhoso, pois a socialização, o “cafezinho” para relaxar em conjunto, por exemplo, não existe.

Contudo, vivemos momentos conturbados. Muitas decisões são tomadas sob um aspecto inerentemente financeiro. Tudo o que é financeiro é mensurável e é aí que a defesa do “face to face” fica complicada. Como combater o ROI do outsourcing?

A favor do outsourcing, vivemos em um mundo extremamente conectado, um mundo de Instant Messengers, twitter, blogs, VOIP, web cams… A associação disso tudo a ferramentas colaborativas de gerência de projetos permite que nos aproximemos bastante da experiência face a face.

Outra possibilidade, que permite às empresas usufruir das vantagens financeiras do Outsourcing e favorece o trabalho em equipe, é a do Outsourcing in-house, que permite a interação direta com a equipe outsourced, pois esta trabalha em um ambiente fisicamente próximo a do cliente.

Para concluir: O outsourcing de desenvolvimento de software é um fato e está muito presente nos dias de hoje, mas, como vimos nesta discussão, não há necessidade de se descartar as metodologias ágeis. De fato, as vantagens da agilidade continuam relevantes.

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¹ Christopher K. Hsee, Elaine Hatfield & Claude Chemtob (1992): Assessments of the emotional states of others: Conscious judgments versus emotional contagion. Journal of social and clinical psychology 14 (2): 119-128. e
Mehrabian, Albert & Susan R. Ferris (1967): Inference of attitudes from nonverbal communication in two channels. Journal of consulting psychology 31 (3): 248-252.

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